Que água haveremos de beber, com que água tomaremos banho?

Texto enviado pelo professor Antonio Freitas Muniz:

"Que água haveremos de beber, com que água tomaremos banho?

Esta é a pergunta que faço à nossas autoridades, depois do que está acontecendo em São Paulo, Minas e Rio de Janeiro, motivado pelo pouco caso em que as mesmas fazem com relação as águas de nosso “Estado” uma vez, que ano após anos vão se tornando cada vez mais escassas as fontes provedoras desse líquido, e por isso a qualidade e a quantidade dele, se torna motivo de preocupação. A Baixada Ocidental Maranhense por está muito próxima da região amazônica parece fugir de todas as preocupações com este líquido precioso. Porem a sua vulnerabilidade é eminente. Mediante estudo e compreensão da estrutura geológica da “Baixada Ocidental Maranhense”, a baixa permeabilidade e ecoevaporação constante faz com que essa região seja bastante vulnerável à catástrofes do tipo estiagem prolongada e contaminação do solo.


A frequente contaminação das fontes hídricas, por resíduos de toda natureza se transformando em rejeitos, contaminam as águas de superfície e o subsolo é afetado com maior intensidade para o abastecimento humano principalmente.

Muito embora essa região apresente um relevo modelado por rios e pelas constantes precipitações pluviométricas, “as quais são verdadeiros presentes para a biodiversidade de todo esse território” infelizmente está sofrendo com as constantes mudanças climáticas, quer naturais ou provocadas pelas ações dos homens, algumas delas inconscientemente, e outras deliberadas com intenções diversas demonstrando assim ação criminosa. O constante avanço das populações de áreas rurais para os entornos urbanos tem provocado alto índice de desmatamentos ciliares, com assoreamento de bacias fluviais, riachos, lagos e vertentes aumentando o desconforto ecológico e ocasionando perdas constantes na qualidade de vida e alterando o ciclo da biodiversidade.

A Baixada Ocidental Maranhense nunca teve um sistema de coleta e distribuição de água que possa ser tido como eficiente, e que os órgão gestores de recursos hídricos do Maranhão demonstram omissão diante de um problema que pode afetar a toda a cadeia biológica da região e do próprio Estado. É do conhecimento público que mesmo a Baixada Ocidental estando fincada numa vasta área sedimentar pouco profunda, essa fato faz com que as águas, proveniente das precipitações das chuvas, sejam facilmente sugadas para o interior do solo, formando o que inadequadamente denominamos de lenções freáticos. 

Muito embora eu desconheça na linguagem científica, (uso pela primeira vez o termo Fenda Freática)” para designar o acúmulo dessas aguas no subsolo originário da sazonalidade das precipitações. Mas o que vem mesmo ser uma “Fenda Freática”, e o que a diferencia de um “Lençol freático?

Ora, rio perene é aquele que tem seu curso e fluxo permanente, enquanto que o seu congênere em certa época do ano ou período de estiagem, o fluxo de suas águas desaparecem ou tem seu volume reduzido em seu leito…


O mesmo ocorre com os lenções freáticos, sendo formados por grandes concentrações de águas profundas ,algumas de tempos imemoriáveis, sofrem pouca interferência de agentes exógenos, enquanto que as fossa tem sua regulamentação hídrica baseado no fluxo pluviométrico de cada anos…Vou citar um exemplo: A cidade de Monção neste estado, até os dias de hoje é abastecida por poços artesianos,(da CAEMA)” mas num determinado período ,basicamente novembro , dezembro e janeiro o volume e a vasão desse líquido diminui muito…Quando chega o período das cheias , elas voltam ao normal. É importante salientar, que a região não possui lenções freático importante, e quase toda água disponível é fruto da precipitação pluviométrica que ocorre nas épocas das cheias entre janeiro a maio de cada ano. Diante desse quadro pintado com cores sombrias, é imperativo que se tenha uma política clara de reequilíbrio ecológico-ambiental ou haveremos de ficar cada vês mais expostos e vulneráveis às intempéries eminentes. Felizmente temos a Bacia do Pindaré que é o fiel da Balança, sem ele a Baixada ocidental seria possivelmente um espaço pouco interessante para a biodiversidade.

O Rio Pindaré e toda a cadeia lagos, lagoas e furos de drenagens, formam um importante curso d’água, que infelizmente não tem sido dado a importância Merecida. Desde sua nascente esse importante vertedouro de águas, com origem nas proximidades da cidade de Amarante percorrendo um total de aproximadamente 686 km, até lançar-se no delta formando como rio Mearim no golfão Maranhense está a cada dia sendo muito mais agredido. Suas margens que a mais ou menos vinte atrás eram em sua quase totalidade repletos cobertura vegetal, com uma fauna bastante diversificada a piscososidade era fator de renda e alimentação farta, hoje apresenta um quadro desolador, motivado pelos constantes desmatamento, pesca e caça desordenada provocando assim um desequilíbrio difícil de ser corrigido, a não ser que o governo do estado deixe a sua passividade de lado e interfira antes que seja tarde. Esta importante via depois de percorrer aproximadamente 300Km, perto da cidade de Monção, penetra na baixada ocidental através de furos de drenagens, alguns no município citado, um deles denominado “Igarapé Grande” que num primeiro momento recebe agua do Pindaré, inunda o lago de Castelo, indo até povoado Santa Rita onde formar o furo do mesmo nome avança nos campos alagado de Monção, Cajari, por outro furo de drenagem popularmente conhecido como igarapé do Mistério, alcança o Lago de Cajari tendo na sua margem a cidade de Penalva ,indo como tributarista para o Lago de Aquiri ou Viana por outro furo ,conhecido por Rio São José. No mesmo lago, novamente a natureza providenciou um outro canal natural cujo nome é Maracu, desaguando novamente no Rio Pindaré, evitando assim que a Baixada seja um imenso campo de alagação permanente. Por estas e outras razões, insisto que nossas autoridades deviam ver o Rio Pindaré com uma necessidade a ser permanentemente monitorado, vigiado e tendo uma política de conservação permanente se quisermos que a natureza continue como nossa aliada. Alerto as autoridade do Maranhão que a revitalização da Bacia do Rio Pindaré é uma necessidade estratégica para as populações Ribeirinha, para a Baixada Ocidental e para a constantemente sedenta Ilha de São Luís.

Senhor governador do Maranhão eu lhes faço uma pergunta séria:
Será se temos tecnologia para prática do reuso de nossas Águas? Não seria muito mais prudente cuidar de nossos mananciais? Se as fontes de águas que dispomos ,forem direcionadas, as margens e nossos rios, suas nascentes, seus leitos e suas margens conservadas quem necessitaria beber água saída do vaso sanitário uma vez jogada pelo ralo?"

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